Se eu conseguisse alguma vez identificar o que me fazes sentir.
Se eu pudesse por um só momento saber o que estás a pensar.
Se fosse possível esquecer-me de mim e entregar-me ao que apenas vislumbro, mas que me revolve as emoções e as faz submergir em águas revoltas, espalhando-se nos braços abertos de corais tão belos quanto fatais.
Se me fosse permitido mergulhar contigo nas águas de um oceano sem fim e, de dedos entrelaçados nos teus, presos com algas, deambulasse pelo fundo do mar em busca de tesouros perdidos.
Se as palavras a mais pudessem ser apagadas da memória e não ficassem a calcar sentimentos em constante turbulência, eu sorriria mais uma vez só para ti e, contigo, partiria à descoberta do eu que perdi na última viragem do pensamento.
Se eu soubesse o que se esconde do outro lado do espelho, cravaria nele o punhal da ânsia, partindo-o e desnudando o segredo encoberto.
Se eu não me penalizasse por palavras ditas e não ditas, não segredadas, rasgadas, sentidas, choradas.
Se eu…
Se tu…
Se…
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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