A maneira encontrada para organizar os acontecimentos. Cria-se uma escala. Torna-se a mesma universal e, hoje, podemos dizer que todos vivemos em função dela. Se falarmos com alguém, vemos que há sempre alusão ao tempo. Ou ao tempo passado, ou ao tempo que perderam ou ao tempo que têm para si e para os seus,etc. Tudo em função do tempo. Uma escala que se traduz numa boa forma para ‘deixar’ as coisas onde estão! Teoricamente, o passado fica no passado, o tempo não volta atrás. O presente é agora e por isso devemos vive-lo, porque não mais teremos essa oportunidade e o futuro… bem… esse ainda lá vem… é o tempo que virá e não podemos saber como é, não ainda!É isto que nos diz a escala do tempo.
Todavia, para mim o tempo está além das escalas, das horas ou das épocas. A ciência já provou que é relativo, e para mim, é tudo menos escalável.
É verdade sim, que existe um passado, todos temos um, mas também é verdade que existe, em tempos iguais, mais passados que aqueles que gostaríamos de ter e se alguns desses podem permanecer onde estão e serem recordados com os olhos no céu e um sorriso no rosto, outros quando vêm, mostram que nunca o foram… mostram-se mais presentes que o presente e ameaçam o futuro. São pedaços de passado intemporais. Que fizeram parte de um tempo e acima de tudo, fazem parte de nós. Para esses pedaços não pode haver escala.. eles atropelam-na de uma maneira confusa saltando unidades aleatórias em cada dia, não saltando nenhuma durante meses e depois voltando a saltar de novo. Assumem-se como aquilo que são, relativos àquilo que foram.
Não e possível comandar tudo. Organizar tudo! Era bom. Eu gostava. Seria tudo muito mais fácil… seriamos todos mais felizes. Seriamos todos menos humanos.
Não se pode arrumar o que não se quer numa gaveta e simplesmente esquecer onde se colocou a chave… ao longo dos tempos! Não se pode… porque a verdade é que tempo nenhum nos apaga a memória do local onde colocámos a chave. Porque tempo nenhum nos apaga a memoria do que colocamos lá dentro.
Dizem, que o tempo é bom para esquecer. E eu pergunto… esquecer o quê? A melhor maneira de se esquecer alguma coisa não é querermos que isso aconteça, mas sim que a indiferença se apodere dela de tal maneira que a certa altura deixamos de a considerar. Se me disserem que para isso é preciso tempo! Tudo bem eu concordo! Mas quanto? 1 ano? Talvez dois? Um mês ou um dia? Pois é, que diferença faz? O tempo que passa não retira a intensidade dos momentos, não implica que se considere mais ou menos ninguém ou os acontecimentos. Sim, porque o tempo não existe sozinho.
Já me esquecia de revelar… o tempo e o espaço são faces da mesma moeda! E influenciam-se mutuamente. Por isso, eu digo, o tempo não permite esquecer ninguém ou alguma coisa, mas o tempo e o espaço e tudo o que ele contém permite que a vida continue sempre e na direcção correcta! E se para alguns espaços são precisos 1000 anos, para outros nem 1 segundo. E então? Uma coisa é sempre certa… o tempo não volta atrás… o que está feito noutros espaços… não pode ser apagado e por isso, não pode também ser esquecido! Pode sim, um dia, e não interessa quando, se já foi, se é ou se está para ser… pode ser que um dia, esses espaços sejam indiferentes ao ponto de pensarmos que os esquecemos… mas isso só acontece, no dia em que a nossa vontade já não se preocupar com eles, nem mesmo que seja a tentar esquecer!
terça-feira, 19 de abril de 2011
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Nada existe mais precioso que o tempo, pois ele o preço da eternidade...Com o Tempo Podemos observar O brilho intenso das estrelas na grande extensão do céu. Com o Tempo Descobrimos novos horizontes ...o tempo não volta atrás…então vivamos o agora...sissi
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