Ao longo da nossa vida tentamos sempre fazer as coisas bem. A certa altura pensamos, até, que estamos a conseguir, que somos a excepção que não confirma a regra, que somos os escolhidos, que somos diferentes. Somos então, levados, pela nossa presunção e despeito, a prometer o que não podemos cumprir. Prometemos o futuro. Prometemos o que não sabemos. Prometemos, apenas, porque nos apetece, exprimimos no fundo uma vontade momentânea… e, ainda que sem querer, generalizamo-la de uma forma e num ‘campo’ em que não há espaço para generalizações. Criamos ilusões nos outros e em nós próprios. Ilusões essas, que quando naufragadas, nos afundam com elas. Tudo isto porque sofremos de autismo crónico, e moldamos o universo como sendo só nosso, à nossa medida! Transformamo-lo numa utopia na qual nada falha… e o erro é precisamente esse! Criamos toda uma fantasia e acreditamos nela como se fosse a nossa própria vida! Cegamos de olhos abertos e acreditamos em tudo, simplesmente, porque não queremos acreditar em nada… e vamos sempre adiando o momento em que decidimos assumir que está na hora de mudar.
Vivi no meu mundo fantástico, outrora. Um mundo que ainda me é difícil renegar e ao qual, sem querer mas querendo tanto que me é impossível evitar, volto, mais vezes que aquelas que gostaria. Mergulho nele sem ter medo, sempre na ânsia de sentir tudo outra vez… encontro uma por uma as promessas que foram feitas… todas as que não foram cumpridas… saboreio…um por um os beijos que um dia me fizeram sonhar e que agora não são mais que bolhas de ar e solidão…num oceano maravilhoso, que secou! Sinto, sem sentir, e acredito, sabendo que não posso acreditar, que um dia voltará tudo a ser como era antes! Deambulo na minha terra do nunca, perdido em mim e na minha incansável busca de uma razão para conseguir voltar… voltar ao mundo real… voltar para lá e simplesmente viver por aquilo que tenho agora… não pelo que tive antes. Quando regresso, de cada viagem que faço, tento convencer-me de que não posso regressar… que tenho de parar neste vício que me consome a alma e a esperança, e que não me deixa viver.
Vivo dependente e ressacada numa vida, que ora é a minha…ora é a de ninguém… que existe e deixa de existir sem que eu perceba onde começa e acaba! Vivo sem conhecer os limites do abismo, que a cada momento se mostra a meus pés, no qual ainda não caí… tão somente porque entre uma vida e outra… não vivo vida nenhuma! Fantasio…
quinta-feira, 5 de maio de 2011
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Algumas vezes, é preciso:
ResponderEliminarFicar só...
Com caneta, papel e lápis de cor
Anotar os erros cometidos
e pintar de verde os sucessos obtidos
Algumas vezes, também é preciso:
Colorir o coração
Colocar mais alegria no seu viver
Se encantar com o brilho da natureza
E não se esquecer dos sonhos
Sempre é preciso:
Viver com a felicidade e muita paz no coração!